Advogado Ricardo Pieri Nunes afirma que atacante do Flamengo está sendo injustiçado e diz confiar na Justiça
Investigado pela Polícia Federal, Bruno Henrique foi titular em Vasco x Flamengo no sábado — Foto: André Durão
Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de ter provocado intencionalmente um cartão amarelo durante partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. De acordo com o relatório da investigação, há trocas de mensagens entre o jogador e familiares nos dias que antecederam o confronto, que levantaram suspeitas sobre uma possível ligação com apostadores.
Durante reportagem exibida no Fantástico neste domingo, o advogado criminalista Ricardo Pieri Nunes, responsável pela defesa de Bruno Henrique, declarou que as conversas divulgadas foram interpretadas de maneira equivocada. Em nota oficial, ele afirmou:
“O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades.
As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo. O atleta confia que o Poder Judiciário oportunamente corrigirá a injustiça que está sendo cometida.”
Ricardo Pieri Nunes tem histórico de atuação em casos relevantes ligados ao Flamengo. Em 2019, integrou a equipe jurídica que representou o clube no episódio do incêndio no Ninho do Urubu, que vitimou dez atletas da base. Também defendeu Bruno Henrique em 2020, em processo que envolveu a suposta falsificação de sua carteira de habilitação.
Dois anos depois, em abril de 2022, o jogador fez um acordo de Não Persecução Penal (NPP) após admitir o erro. Na ocasião, aceitou pagar R$ 100 mil de multa e repassar recursos a quatro instituições sem fins lucrativos.
Agora, Bruno Henrique responde por violação ao artigo 200 da Lei Geral do Esporte — que trata de fraudes em resultados de competições — além de estelionato. As penas somadas podem variar entre três e onze anos de reclusão. No âmbito esportivo, o jogador também pode ser suspenso por até dois anos ou até mesmo banido dos gramados.
A investigação faz parte da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em 2023, que já resultou em sanções a diversos atletas envolvidos em esquemas de manipulação de resultados, com suspensões de até 720 dias e exclusões definitivas do futebol.
Apesar da polêmica, Bruno Henrique seguiu com o grupo rubro-negro rumo a Quito, no Equador, neste domingo. O Flamengo enfrenta a LDU nesta terça-feira, às 19h, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
Fonte: Jogo de Hoje 360