Ancelotti rejeita postura autoritária no Real Madrid: "Se quiserem chicote, escolham outro técnico"

Escrito em 22/04/2025
Gustavo Ferreira - Jogo de Hoje

Pressionado após eliminação na Champions e diante da vantagem do Barcelona na LaLiga, técnico reforça seu estilo de liderança



Carlo Ancelotti abraça Vini Jr. durante vitória do Real Madrid sobre o Borussia Dortmund — Foto: Diego Souto/Getty Images

Mesmo com a vitória por 1 a 0 sobre o Athletic Bilbao no último domingo — com gol de Valverde nos acréscimos — a situação de Carlo Ancelotti segue delicada no comando do Real Madrid. Na coletiva desta terça-feira, que antecede o confronto contra o Getafe, o treinador foi confrontado com perguntas desafiadoras. Uma delas insinuou que ele poderia ser menos complacente com o elenco e adotar uma postura mais dura. A resposta do italiano foi firme.

— Já me perguntaram isso muitas vezes. Sempre que há problemas, dizem que levo muito no jeitinho, que sou muito permissivo. Tento administrar o relacionamento por causa de quem eu sou. Nesta temporada, fiquei bravo muitas vezes, mas isso não significa que eu vá pesar a mão. O segredo é ter respeito e ser respeitado, e foi o que aconteceu aqui.

— Repito, você tem que tratar o jogador de futebol como ele é na vida. Ninguém teve um relacionamento comigo por ser meu homem de confiança: meu pai, treinadores ou professores. Outras vezes, me disseram que tenho que usar o chicote. Eu não sou capaz, contratem outro treinador. Para mim, esse não é o caminho. Se querem chicote, contratem outro técnico.

Durante a entrevista, Ancelotti também comentou sobre os desfalques de Mbappé e Mendy, que estão fora da partida contra o Getafe, mas ainda têm chances de atuar na final da Copa do Rei, marcada para domingo, às 17h (de Brasília), em Sevilha. Sobre o confronto decisivo, o treinador discordou da ideia de que o Real Madrid seja um azarão diante do Barcelona.

— Nem tanto. Eles parecem estar em situação melhor do que nós, mas colocar o Madrid como azarão em uma final me parece um pouco exagerado. Muita coisa pode acontecer em uma final.

Para ele, o desempenho do Real contra o Barcelona será determinante para o sucesso da equipe nas duas principais competições restantes na temporada.

— Ambos os títulos se resumem a vencer o Barcelona. É o que temos. Agora é o que temos que fazer. Podemos conseguir, mas está claro que algo precisa mudar nesse sentido.

Por fim, ao ser questionado sobre uma possível permanência no clube para "responder aos críticos", Ancelotti evitou polêmicas e falou com serenidade.

— Não tenho vingança contra ninguém nem nada. Estar nesse banco me encanta. Espero que isso continue o máximo de tempo possível e, se um dia acabar, serei grato e tirarei o chapéu para este clube. Nada mais.

Fonte: Jogo de Hoje 360